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6.4.16

GRUPO DE PESQUISA DIREITO & ARTE 004






FUNDAÇÃO UNIV. DO TOCANTINS - UNITINS
GRUPO DE PESQUISA DIREITO & ARTE
PROF. FABRÍCIO CARLOS ZANIN
ALUNOS PRESENTES: José Ribeiro dos Santos Neto, Marcos Júlio Vieira






REVISÃO


  • ENCONTRO OO1

    -O que é?
    -Por quê?
    -Como?
    -Quem?
    -Quando?
    -Onde?
    -Para quê?
    -Para quem?
    -IES
    -PPGDs
    -Graduação e Pós-Graduação
    -Eventos de iniciação científica
    -Leituras, fichamentos e produção científica
    -Cronograma e planejamento




  • ENCONTRO 002

    -O que é direito?
    -O que é arte? O que é literatura? O que é cinema?
    -Teoria jurídica, teoria estética, teoria literária e teoria cinematográfica
    -Quais relações?
    -Quais conceitos podem fazer a relação?
    -Quais as semelhanças, as diferenças e os obstáculos?
    -Eventos de iniciação científica
    -Ideias de pesquisas individuais
    -Cronograma e planejamento




  • ENCONTRO 003

    -Direito como Literatura
    -Direito na Literatura
    -Direito da Literatura
    -Arte na era da globalização
    -Arte como mercadoria
    -Democratização da arte
    -Vulgarização e precarização da arte
    -Cronograma e planejamento





O QUE É ARTE?


O que é arte? Conceito. Definição. Natureza da arte.

Coisas e locais? Obra de arte. Artistas. Público. Museus. Galerias. Cinema. Música. Arquitetura. Professores. Universidades. História. Cultura. Patrimônio Artístico e Cultural.

Pessoas? Gênios e admiração.

Definição provisória. "Certas manifestações da atividade humana diante das quais nosso sentimento é admirativo. (...) se não conseguimos saber o que a arte é, pelo menos sabemos quais coisas correspondem a essa ideia e como devemos nos comportar diante delas." (COLI, 1990, p.8).

Mesmo assim... O que faz uma coisa ser ou não ser obra de arte? Quais forças determinam o qualificativo ou estatuto de "arte" ou a manifestação do objeto artístico? Como se fosse um rótulo às coisas.

Enfim... Trata-se sempre de uma decisão discursiva baseada na competência e na autoridade da fala e de quem fala: o crítico, o historiador, o perito, o conservador.

Logo... A cultura prevê instrumentos que determinarão o que é e o que não é arte. Não se trata de uma definição abstrata, lógica ou teórica, mas, sim, cultural!

Portanto... A instauração da arte será sempre de modo discursivo no interior da cultura pelos instrumentos do discurso, do local, das pessoas, etc.






DISCURSOS ARBITRÁRIOS SUBJETIVOS?


A cultura permite a manifestação do objeto artístico.

✔ O que faz um objeto ser e outro não ser arte? O que faz, no interior dos objetos de arte, um ser melhor e ter mais interesse do que outro? Cria-se, dentro da cultura uma hierarquia dentro dos próprios objetos de arte.

Decisão e julgamento! Poder! Tribunal racional do juízo. A crítica. O crítico. A história. O historiador.

✔ O conceito de obra-prima é um exemplo da hierarquia dos objetos de arte por decisão e julgamento da crítica dentro de uma cultura.

Antes... O julgamento sobre a qualidade de uma obra para qualificá-la como obra-prima abarcava o aprendizado, o domínio das técnicas e os critérios de fabricação.

Agora... O poder de decisão e julgamento sobre o que é e o que não é arte possui critérios menos precisos e mais diversificados e não apenas o saber fazer.

Agora... Os discurso que determinam o estatuto da arte e o valor hierárquico de um objeto artístico não são da ordem do saber fazer porque não tem acesso à objetividade do puro domínio técnico; até porque a técnica é apenas parte da obra.

Agora... Os discurso são mais arbitrários do que o julgamento técnico objetivo do saber fazer.

Mas... Se há divergência de critérios e definções arbitrárias, o que nos resta? O consenso geral e institucionalizado no interior de um cultura que tem sua história. Importância da história da arte para que possamos compreender a oscilação de juízos entre interesse e desprezo.

Portanto... "A autoridade institucional do discurso competente é forte, mas inconstante e contraditória, e não nos permite segurança no interior do universo das artes". (COLI, 1990, p.22).






DISCURSOS ARBITRÁRIOS OBJETIVOS?


✔ Junto com o poder de decisão e julgamento do crítico e do historiador vem a fundamentação rigorosa baseada em critérios objetivos.

✔ "Ora, a situação de divergências não é satisfatória para o próprio discurso. Nada mais irritante para sua autoridade que a negação por um outro discurso. Surge então o desejo de uma objetividade". (COLI, 1990, p.24). Nostalgia do rigor científico objetivo.

✔ Esse desejo e essa nostalgia manifestam-se na arte nos esforços de criações de categorias classificatórias genéricas estilísticas. Elas são obra do sujeito, mas têm a pretensão de objetividade.

✔ Toda a arte passa a ser reduzida em categorias, classes, gêneros e estilos. A arbitrariedade subjetiva substituída pela arbitrariedade objetiva escondida na obsessão de construção de teorias categóricas, classificatórias, genéricas e estilísticas completas, sistemáticas e perfeitas.

O que é estilo? Recorrência. Constantes. Interação de constantes formais. I-mutável. Transcendem as obras. Os "mestres" ou "autor comum". Classificação de autores e de épocas. Uma espécie de essência à qual a obra se refere. Etiquetas e rótulos tranquilizadores e pacificadores.

No entanto... O problema é bem mais complexo porque a obra de arte não se reduz e escapa ao estilo, e porque classificações estilísticas não têm a pureza formal desejada (arbitrariedade objetiva). Não é raro o uso dos estilos no discurso sobre a arte como se tivessem existência em si e fossem suficientes o bastante para julgar a obra de arte e seu mérito de modo objetivo, formal, lógico e rigoroso.

Em suma... A relação entre as obras de arte e os conceitos estilísticos classificatórios genéricos é uma relação HERMENÊUTICA!






"OBJETIVIDADE" ARRISCADA DOS ESTILOS


✔ Não são lógicos. São históricos. Implicam (ou não) uma visão/atitude perante o ser humano e o mundo.

Exemplos: Classiciscmo. Gótico. Barroco. Romantismo. Surrealismo. Impressionismo.

Risco de universalidade!

Logo... Etiquetar artistas ou épocas com rótulos estilísticos universalizantes é, por si só, empobrecer a experiência artística de nossa percepção da obra e todo seu contexto.

Ademais... É suficiente nos debruçarmos sobre o objeto artístico em si mesmo para percebermos o reducionismo das classificações, pois sua riqueza foge sempre de qualquer determinação. As obras são sempre mais do que nos dizem suas classificações.

Outro risco... "Estamos diante de produtos [obra de arte] que nos escapa, que se desenvolvem de modo tão inesperado, tão pouco previsível que, para os dominar, não resistimos à tentação [sedutora, reducionista e] fácil de os classificar. E [aí reside o perigo!] essas classificações passam a ser mais importantes [porque universalizadas!] que as [próprias] obras". (COLI, 1990, p.36).






O CRÍTICO E O HISTORIADOR


CRÍTICO JULGADOR: Juiz que determina (ou não) e valoriza (ou não) uma obra de arte; Conhecimento da história da arte para elaboração de seus critérios (arbitrários subjetivos ou objetivos) de julgamento; Juízo determinativo e valorativo; Explicação;

HISTORIADOR CONSTRUTOR: Construção histórica dos objetos artísticos no tempo; Sem julgamento determinativo ou valorativo; Compreensão (objetiva?); Também faz uma seleção de objetos, autores ou épocas; Também apresenta um desejo de rigor científico;

Em suma... A relação entre as obras de arte e os conceitos estilísticos classificatórios genéricos feita seja pelo crítico, seja pelo historiador é uma relação HERMENÊUTICA!






HISTÓRIA DOS ESTILOS 1


Heinrich Wolfflin (1864-1945).

✔ Construção de uma metodologia rigorosa na história da arte [método].

✔ Especificidade da obra de arte [objeto].

✔ Bases para análise formal da especificidade da obra de arte.

"Renascença e Barroco" (1888). "Princípios fundamentais da história da arte (1915).

Barroco: novidade; totalidade; próprios critérios, formas e intenções

Barroco X Classicismo. "Pela primeira vez, dois períodos distintos da história aparecem claramente caracterizados a partir, unicamente, de um inventário estilístico [formal e independente da temática da obra].

Precauções...
(1) Objeto artístico se acomoda mal aos grupos estilísticos opostos
(2) Não perder de vista a história, pois suas categorias aplicam-se apenas a dois períodos históricos bem definidos e não são universais
(3) Os grupos estilísticos opostos e suas categorias classificatórias e genéricas não são absolutas nem suficientes.

Mas os riscos persistem! As precauções foram reiteradamente abandonadas, e com frequência encontramos um formalismo categórico que se pretende absoluta chave explicativa!



BARROCO
CLASSICISMO

1 Pictural
(limites imprecisos)

2 Profundidade
(olhar violento)

3 Forma aberta
(diagonais
extravasamento
da tela
instante)

4 Unitário
(Unidade
Todo perfeito
com as partes)

5 Luz relativa
(Seletiva
Circunstancial
Claro-Escuro)


1 Linear
(limites precisos)

2 Planos
(olhar geométrico)

3 Forma fechada
(vertical
horizontal
suficiência
atemporalidade)

4 Plural
(Multiplicidade
das partes
sem o todo)

5 Luz absoluta
(Homogênea
Abstrata
Atemporal)







HISTÓRIA DOS ESTILOS 2


Eugenio d'Ors (1881-1954), herdeiro perverso de Wolfflin

✔ Molde fabricado de modo abstrato e impositivo. conceito atemporal, científico, classificatório e universal. Barroco enquanto gênero com constantes determinadoras comuns! Mas que também tem suas especificidades (espécies).

"Barroco" (1928).

✔ Barroco gênero cultural e artístico, mas com espécies, 22 ao todo, exemplos:
(1) Barocchus pristinus.
(2) Barrochus buddhicus.
(3) Barrochus gothicus.
(4) Barrochus romanticus.
(5) Barrochus finisecularis.
(6) Barrochus postabellicus

✔ Dois em Wolfflin, transforma-se em um universalizado em d'Ors: o barroco!

Classicismo Francês = uniersalização da outra cateoria de Wolfflin.
(1) Os clássicos como modelo
(2) Os antigos gregos e romanos como mestres
(3) Exemplos de equilíbrio, rigor, tranquilidade, racionalidade
(4) França tem uma imagem clássica de si mesma, de seu gênio
(5) Descartes como exemplo de filósofo "clássico".
(6) Classicismo francês hoje interpretado como manifestação local do barroco.






HISTÓRIA DOS ESTILOS 3


✔ Wolfflin e d'Ors = sistemas estáticos.

Henri Focillon (1881-1943) = sistema dinâmico da evolução das artes; universalidade do processo evolutivo e suas etapas.

"A vida das formas" (1934).

Classicismo como apogeu, maturidade, equilíbrio perfeito fugidio e passageiro, ou seja, não aparece como uma época, mas como um conceito universal aplicável a todas as épocas artísticas.

Etapas:
(1) Estado primitivo: mistura formas, matérias, técnicas, poucas soluções.
(2) Classicismo: domínio das formas, matérias, técnicas e soluções.
(3) Barroco: Experimentação, excesso e desmedida das formas, matérias, técnicas e soluções.
(4) Todas as épocas passam por essas três fases evolutivas.

✔ História da vida das formas, mas sem história e sem vida, apenas categorias conceituais e teóricas universais. As formas em busca das próprias leis formais, autônomas e específicas das formas.

✔ A história formal da arte marcou profundamente o século XX, o que causou uma desvalorização do objeto artístico esquecido e esmagado nos estilos; ênfase na sintática das formas e esquecimento das dimensões semântica (iconologia = significações) e pragmática da obra de arte.

✔ Formalistas do estilo (Wolfflin e sucessores) X Iconologistas do sentido significativo (Emile Male, Erwin Panofsky)






CONCLUSÕES


✔ "O rigor das categorias é forçosamente simples e simplificador. A própria ideia de 'estilo', definida como um sistema de constantes formais, parece insuficiente para cobrir a complexidade dos objetos". (COLI, 1990, p.60).

✔ "A redução a esquemas formais, estáticos e precisos como em Wolfflin, universais como em d'Ors, dinâmicos como em Focillon, deixa a descoberto, como em Panofsky testemunha, um setor importante do objeto artístico: o seu aspecto semântico [relação arte-cultura]. (...) A riqueza do objeto artístico escapa sempre aos moldes que se querem lógicos" (COLI, 1990, p.61).

✔ "Tais moldes são perigosos porque induzem a acreditar que a aproximação da obra de arte passa unicamente por eles e que, nesse processo, eles são suficientes. Como se formassem uma grade transparente, e como a riqueza dos objetos artísticos pudesse acomodar-se no sistema de ordens que eles propõem, sistema que só pode partir de uma seleção redutora [sedutora, tentadora, tranquilizante] dos elementos constituintes do objeto artístico [sintaxe, semântica, pragmática]" (COLI, 1990, p.61).

✔ "Se quisermos utilizar as classificações com fecundidade, "devemos limitá-las, examinando cada caso do emprego, tornando-as mais modestas, lembrando que são, antes de mais nada, denominações cômodas e não definições científicas" (COLI, 1990, p.62).






DISCUSSÕES


✔ Arte subjetiva?
✔ Arte objetiva?
✔ Arte metodológica?
✔ Qual a verdade, o sentido, o significado da obra de arte?
✔ Metafísica, epistemologia, ontologia.






OBRAS INDICADAS


✔ LANGER, Susanne. Sentimento e forma.
✔ BAUDRILLARD, Jean. A transparência do mal.
✔ BOURDIEU,  P.;  HAACKE,  H. Livre  troca: diálogos entre ciência e arte
✔ BOURDIEU,  P. A economia das trocas simbólicas
✔ BOURDIEU,  P. As regras da arte
✔ BOURDIEU,  P. O poder simbólico. 






Cronograma / Planejamento


✔ 16/03
✔ 23/03


Próxima Leitura


TRINDADE, André Karam; GUBERT, Roberta Magalhães.
Direito e Literatura:
aproximações e perspectivas para se repensar o Direito
.
In. TRINDADE, André Karam; GUBERT, Roberta Magalhães; COPETTI NETO, Alfredo.
Direito e Literatura: reflexões teóricas.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008, p.11-66. Primeira Leitura para dia 30/03, p.11-48




✔ 30/03


Próxima Leitura


TRINDADE, André Karam; GUBERT, Roberta Magalhães.
Direito e Literatura:
aproximações e perspectivas para se repensar o Direito
.
In. TRINDADE, André Karam; GUBERT, Roberta Magalhães; COPETTI NETO, Alfredo.
Direito e Literatura: reflexões teóricas.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008, p.11-66. Primeira Leitura para dia 30/03, p.48-66




✔ 06/04


Próxima Leitura


COLI, Jorge.
O que é arte?
São Paulo: Brasiliense, 1995.
Primeira Leitura para dia 06/04, p.7-62
[obs. páginas do livro e não do arquivo PDF]




✔ 13/04


Próxima Leitura


COLI, Jorge.
O que é arte?
São Paulo: Brasiliense, 1995.
Primeira Leitura para dia 06/04, p.63-86
[obs. páginas do livro e não do arquivo PDF]
Necessidade de definição de novo local
em razão da mudança de campus

Local definido: Sede da Unitins




✔ 20/04
✔ 27/04
✔ 04/05
✔ 11/05
✔ 18/05
✔ 25/05
✔ 01/06
✔ 08/06
✔ 15/06
✔ 22/06






Datas e horários


✔ Toda quarta
✔ 15 horas
✔ Sala 02
✔ Piso superior
✔ Unitins
✔ Mudança de Campus de 11 de abril até 16 de abril
Definir novo local provisoriamente: Sede da Unitins






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